"Apeteces-me..."....
Essa pequena frase como suspensa no ar deixa-me sempre...com apetite...
Imagino instantaneamente e com imensa facilidade todo o cenário...pequenos flashes da pele, dos lábios, do corpo...
É transcendente...é sempre uma experiência fabulástica.
Consigo imaginar a língua a percorrer os meus lábios, tentando eu capturá-la para melhor saborear...mas agrada-me...agrada-me senti-la fugir de mim e perder por cantos e recantos sem eu nunca saber o seu rumo..
"Nunca"...excepto quando começa a sua descida deliciosa....
Consigo imaginar e visualizar o olhar..profundo e intenso, como que penetrando-me...
Sinto-me nua...para além do corpo já despido, sinto-me nua...despida de vergonha, despida de preconceitos...despida de qualquer escudo que me proteja a alma...
Dispo-me sim, para me entregar...de corpo e alma...deixar o desejo apoderar-se de mim e essas mãos percorrem-me...
Quero percorrer também..descobrir mais uma vez cada canto e recanto do corpo que se envolve no meu, que se entrelaça com o meu, que comunica com o meu ao balancear e contorcer-se...
É transcendente...é mais do que palavras poderão alguma vez descrever...
Um momento em que os corpos tomam o lugar das palavras para exprimir desejo, prazer, entrega...
Um momento em que o calor aumenta, em que se ferve por um toque, uma carícia, um aperto...pronunciam-se palavras, transformadas aos poucos em gemidos...uns calmos e sussurrados..outros gritados...tudo arrepia, tudo excita...quer-se sentir todo o corpo ao mesmo tempo...os lábios, mas também os seios, as coxas, o sexo...uma boca, duas mãos não parecem suficientes para chegar a toda a pele que se deseja...que se quer saborear...
É transcendente...
"Apeteces-me..."....
Sim, apeteces-me sempre...esse corpo que se une ao meu e o completa...esses lábios que satisfazem a minha sede de carinho, de carícias...
Apeteces-me sempre...apeteces-me...agora...
Uma trinca...
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