quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Chapter 3...


"...A primeira vez que fizeram amor, foi como se tivesse renascido. Pela primeira vez, descobriu o que era fazer amor, no sentido mais completo da expressão. Pela primeira vez, descobriu todas as sensações que a união de dois corpos em sintonia pode proporcionar. Pela primeira vez, teve um orgasmo e apeteceu-lhe ter outro de seguida, e outro e outro. Pela primeira vez, sentiu-se ela...sentiu-se finalmente no "sítio" certo. Tudo aquilo que durante tantos anos lhe havia parecido sem sentido passou a ter explicação.
Sente-se por vezes ridícula por nunca ter percebido isso antes. Mas tãopouco quereria ter descoberto essas sensações novas e a pessoa que realmente era com outra pessoa. Sente-se constantemente feliz e grata pelo facto de A. ter sido a pessoa com quem descobriu esse mundo novo. A cumplicidade sexual entre ela e A. é algo de inexplicável. Desde o início, os seus corpos pareceram encontrar-se como se de amigos de longa data se tratasse e se conhecessem já de cor. Encontraram um encaixe perfeito que desde então não quiseram quebrar.
Sente-se imensas vezes molhada e excitada só de pensar em A., nas suas curvas, nos seus gemidos, no seu corpo nu que ela tanto admira e adora observar. Ao olhar para A. deitada, nua, sente como uma luz a emanar dela. Por vezes custa-lhe até tocar-lhe, como se estivesse na presença de um ser divinal e esplêndido demais para ser tocado.
Um simples beijo de A. consegue fazê-la gemer ou ficar excitada. Reconheceria os seus beijos e o toque dos seus lábios por entre mil, tem certeza disso.
Com o passar dos meses, foram experimentando coisas novas, com o desejo constante de inovar, e principalmente despertar novas sensações, proporcionar novos prazeres uma à outra.
O prazer intenso que passaram a partilhar nas suas noites e dias de amor e sexo ensinou-lhes os cantos e recantos de ambos os corpos criando como um mapa de sensações e de pontos sensíveis, do qual usam e abusam para ver o prazer desenhado na cara uma da outra.

Adora ouvir A. gemer no seu ouvido, o seu grito quando atinge o ponto mais alto e se vem. O calor que emana de A. e por vezes a deixa sufocada é algo que a deixa extremamente excitada, colar o seu corpo ao dela e senti-la transpirar, sentir-se transpirar desejo e prazer. Poderia ficar horas a fazer amor com A. Embora o seu tempo seja sempre limitado, aproveitam cada minuto e segundo passados juntas, no calor da cama, no desconforto do carro, no refugio de uma ruela ou até de uma casa de banho. onde quer que vão, tem sempre na ponta dos lábios a vontade de a beijar e está sempre atenta aos locais e às pessoas até surgir a oportunidade de roubar um beijo a A. Na verdade, a sua vontade seria puxá-la para um cantinho e poder fazer ali sexo intenso e fugidio com ela. Apetece-lhe onde quer que vão, em qualquer situação. Fica por vezes a pensar nisso..."será normal?". Chega geralmente à conclusão de que sim. Tem ideia de que se tomasse mais iniciativas "aventureiras", A. deixar-se-ia levar com alguma facilidade. Muitas vezes, no entanto, não se atreve, pois sente receio de que A. se sinta pressionada, ou se aborreça por não querer arriscar ser descoberta por alguém. Tem idéia que A. se sente por vezes incomodada pela possibilidade de alguém desconfiar da sua relação com ela, mas não se atreve a comentar o assunto com ela, pois imagina que A. poderia sentir-se pressionada.
Ainda assim, sente e nota que A. perde frequentemente o "pudor" e se deixa levar um pouco mais pelo momento, esquecendo os olhares alheios.

Recorda perfeitamente aquele dia na praia em que se dissimularam debaixo de uma toalha e se tocaram uma à outra no meio das pessoas, rendendo-se ao toque de ambos os sexos. Recorda os pormenores e as sensações. A adrenalina provocada pelo perigo de alguém dar conta do seu pequeno "joguinho" atrevido, o estarem as duas a gemer baixinho, as mãos enfiadas no bikini uma da outra, ficando com os dedos engelhados de tão molhadas que estavam.
Tem imensas fantasias sobre locais onde quereria fazer amor com A., posições, idéias. O prazer que sente quando faz amor com ela é inigualável e tenta e quer sempre proporcionar o mesmo prazer a ela. Anseia pelo seu gemido, pela sua voz a pedir mais e a falar para ela...palavras meigas, palavras quentes, palavras porcas, palavrões.
Com A., perdeu a vergonha e despiu-se de preconceitos e tabus, surpreendo-se a querer experimentar coisas pelas coisas teria pensado nunca sentir curiosidade ou vontade.

Por vezes trocam mensagens ousadas e atrevidas e partilham momentos de masturbação por telefone, imaginando como estará vestida a outra, como estará a tocar-se, etc. Ficou surpreendida quando A. lhe disse pela primeira vez que quereria vê-la a tocar-se para ela. Foi no entanto uma surpresa boa, o saber que queria entrar nessa sua intimidade, e ver e assistir a forma como se tocava quando pensava nela e gemia por ela à distância. No dia em que A. lhe pediu, não hesitou...e gostou. Eventualmente acabou por pedir o mesmo a A. e mais gostou ainda.

Acha uma certa graça ao facto de A. ser a hetero do "casal" e parecer no entanto ser quem melhor entre elas percebe como tocar uma mulher. Desde o início, pensou "é como se tivesse feito isso toda a vida", embora fosse a primeira vez para A.
Sente-se viciada no seu toque, nos seus dedos, na forma como toca no seu sexo e o penetra, umas vezes de fugida, outras vezes profundamente e com força. O primeiro toque causa-lhe sempre arrepios e uma espécie de "faísca", tenta imensas vezes explicar mas não consegue arranajr palavra adequada.
Desde que conhece A., pensa frequentemente que teria de inventar palavras novas para tudo aquilo que sente quando está com ela. As plavras existentes parecem-lhe sempre muito longe da realidade daquilo que vive com ela.

...A primeira vez que fizeram amor, foi como se tivesse renascido. Pensa nisso regularmente e após vários meses de convivencia, divergencias, convergencias, e muito sexo e amor, chega a conclusão que é uma das maiores verdades da sua vida."